Secretaria
de Educação do Rio pede que ação policial não ameace rotina escolar
- 06/04/2017 10h17
- 06/04/2017 11h48
- Rio de Janeiro
Vinícius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil
A Secretaria Municipal de
Educação do Rio de Janeiro divulgou hoje (6) uma campanha que pede um protocolo
de não violência para as escolas. A mobilização ocorre após a morte, na
quinta-feira (30), da estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, dentro
da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, na zona norte.
"A Secretaria de Educação,
Esportes e Lazer da capital solicita à Secretaria de Segurança Pública e ao
Comando-Geral da Polícia Militar, ambos do estado, audiência para a formalização
de protocolos claros e rígidos, elaborados em comum acordo, para que a ação
policial não ameace a rotina das escolas e a vida de seus integrantes",
diz o texto que divulga a campanha, que contará com um abaixo-assinado.
A secretaria pede também que os
comandantes dos batalhões da Polícia Militar recebam representantes das
comunidades escolares de suas áreas. O objetivo dos encontros será debater a
situação em cada localidade e oferecer garantias públicas de que estes
protocolos de não violência sejam respeitados. "As escolas têm de ser
lugares de paz", diz o órgão.
"Muitas de nossas 1.537
escolas situam-se em áreas conflagradas, em que o Poder Público não mais exerce
controle territorial efetivo. Facções criminosas ditam as regras do cotidiano,
frequentemente em conflito entre si. Incursões policiais, violentas e inúteis,
causam vítimas inocentes e agravam a situação".
O texto também foi postado no
perfil do secretário municipal de Educação, Cesar Benjamin, no Facebook. Na
rede social, ele acrescenta que não conseguiu ser recebido por autoridades da
área de segurança pública do Rio de Janeiro.
Em nota, a Secretaria de
Segurança Pública do Rio informou que ainda não recebeu pedido de agendamento
da Secretaria Municipal de Educação Esportes e Lazer.
Reabertura da escola
Um culto ecumênico reabre hoje
(6) a Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, onde a estudante foi
morta a tiros durante uma aula de educação física.
O ato deve contar com
representantes de outras escolas e também jogadores do time de basquete do
Flamengo. Maria Eduarda tinha medalhas em competições estudantis de basquete e
era fã dos atletas do clube. O secretário César Benjamin também deve
comparecer.
Segundo a secretaria, todas as
escolas da rede municipal farão um dia de mobilização pela paz e contra a
violência, com debates sobre o tema.
Em outubro do ano passado, a
Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro já havia ajuizado uma ação
civil pública pedindo que o estado do Rio apresentasse um plano de
redução de danos causados por violações de direitos humanos decorrentes das
operações em comunidades. O plano deveria ser apresentado em 60 dias caso o
pedido fosse deferido pela Justiça, mas, de acordo com a defensoria, ainda não
houve julgamento.
Entre as ações que deveriam constar
no plano, estavam a garantia de condições para as atividades escolares e a
proteção de crianças e adolescentes.
Escola em rota de fuga
Ontem (5), criminosos armados que
escapavam de uma operação policial do Batalhão de Choque da Polícia Militar, na
região de São Cristóvão, usaram área externa da Escola Municipal Mestre
Waldemiro como rota de fuga. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, os
alunos chegaram a se abaixar no interior da escola no momento do incidente, mas
o funcionamento da unidade não foi suspenso.
A escola chegou a ser vistoriada
por policiais militares. Segundo a PM, os criminosos roubaram um carro para
fugir depois que passaram pela escola.
Matéria alterada às 11h48 e às
18h33 para acréscimo de informações
Edição: Valéria
Aguiar
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