domingo, 27 de maio de 2018

Rio de Janeiro e esperança


Programa Rio Comércio Justo vai aproximar pequenos produtores de seus consumidores

26/05/2018 14:54:00




Aproximar produtores e consumidores, gerando trabalho e renda através da inclusão produtiva é o principal objetivo da campanha Rio Comércio Justo, lançada pela Prefeitura do Rio nesta sexta-feira (25/05) para incentivar o carioca a participar dessa rede solidária na cidade. Estamos falando de um sistema de comércio alternativo internacional, criado para garantir que associações, cooperativas e coletivos de agricultores familiares e autônomos gerem renda a partir do produto do seu trabalho, valorizando sua atividade a partir de relações comerciais baseadas na parceria entre produtores, estabelecimentos comerciais éticos e consumidores. A cidade do Rio de Janeiro foi a primeira capital da América Latina a receber o título de Cidade de Comércio Justo (Fair Trade Town - 2016). Isso se deu por conta do sucesso de duas políticas públicas: os Circuitos de Feiras Orgânicas e o Ecosol, ações geradoras de trabalho e renda através do consumo de produtos mais saudáveis e sustentáveis, com preço justo e respeito ao meio ambiente. A meta é que a cidade ultrapasse a marca dos 200 pontos de venda.

No mundo, existem atualmente mais de 2.000 cidades certificadas com o título em 25 países, sendo a maioria na Europa. A chancela internacional começou a ser realizada em 2002 na Inglaterra e já reconheceu importantes capitais mundiais, como Londres, Amsterdã, Roma e Madri.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Emprego e Inovação, Renato Moura, a iniciativa permitirá que "trabalhadores explorados pelo processo econômico convencional tenham condições dignas de trabalho e ganhos a partir de seu trabalho". A campanha tem como meta promover o comércio justo na cidade aproximando produtores e consumidores, gerando trabalho e renda através da inclusão produtiva, construindo redes de produção e comercialização sustentáveis, onde a relação entre os diferentes atores seja de respeito e parceria, por uma cidade justa e solidária, onde todos possam crescer juntos. "É o Rio que nós queremos. Um Rio que dá as mãos, onde todos podem ganhar de forma justa pelo seu trabalho", diz a coordenadora da Campanha, AnaAsti.

Produtores satisfeitos,


Para os principais beneficiados, os produtores, a notícia sobre a criação da campanha não poderia ser melhor. A artesã Rosilene Ferreira, mais conhecida como "Leninha", trabalha com artesanato há cerca de dez anos. Para ela, que faz parte do circuito Ecosol e hoje produz mandalas, a atividade representa a realização de um sonho, além de tê-la curado da depressão.

"Tive que deixar tudo o que sabia fazer para ficar em casa, cuidando da minha filha. Fiquei deprimida e o artesanato me salvou. Há cerca de três anos comecei a ganhar dinheiro com isso e hoje pago tudo na minha vida com a renda obtida com as peças. Além de ficar longe da doença, trabalho em um grupo no qual um incentiva o outro. Só posso dizer que só temos a ganhar com a economia solidária, sempre".


Oportunidades

 Assim como Rosilene, Aracina Ferreira também faz parte do circuito Ecosol. Trabalhando com economia solidária desde 2008, ela só tem a agradecer. Por muitos anos atuou como babá, mas uma cirurgia na mão a afastou da função. Durante sessões de fisioterapia na ABBR, aprendeu a fazer trabalhos com jornal e, posteriormente, papel machê. De lá para cá, não parou mais.

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